Para usar de forma errada a frase da mãe de Forrest Gump, podemos dizer que o filme Guardiões da Galáxia é como uma caixa de chocolates. Melhor dizendo, é como uma caixa enorme de chocolates, todos embrulhados em papeis brilhantes, explodindo de doçuras e surpresas. Talvez tenha alguns sabores que você não gosta muito, e, depois de um tempo, tudo começa a ficar um pouco confuso, mas você continua a se empanturrar, ficando inchado, mas satisfeito.
Baseado em uma franquia menos conhecida da Marvel Comics, datada de 1960, essa é a história de Peter Quill (Chris Pratt), um terráqueo abduzido quando criança que, 25 anos depois, trabalha no melhor estilo fora da lei por aluguel de Han Solo para o Star-Lord. Quando sua procura por uma órbita misteriosa chama a atenção de alguns bagunceiros intergalácticos, Quill se une a um time de forasteiros, incluindo a princesa guerreira verde Gamora (Zoe Saldana), o texugo geneticamente modificado Rocket (na voz de Bradley Cooper), o cômico e vingativo Drax (Dave Bautista) e uma árvore humanóide que se regenera, chamada Groot (Vin Diesel, estereotipado novamente).
Em algum lugar tem um bom e básico enredo bem contra o mau, mas é entregue de forma vasta e impenetrável por uma abundância de detalhes deixados de lado, e portanto só faz sentido para aqueles que acompanharam os quadrinhos e a franquia (alguns diálogos parecem consistir somente de nomes bobos falados aleatoriamente). Não importa: os outros podem apenas relaxar e aproveitar a viagem, já que o filme vai de uma cena de ação deslumbrante para outra, pausando apenas para nos encantar com outra réplica de algum alienígena muito fofo.
Alguns podem achar o filme um pouco irritante — Chirs Pratt é simpático, mas não é nenhum Harrison Ford, apesar de se esforçar bastante — e tem momentos nos quais a persistência em fazer um filme complicado de se entender faz com que ele se torne um pouco desgastante. Mas, no geral, é uma diversão tonta — um presente de filme espirituoso e estranho. Não precisava, Marvel!