Nas mãos de Hollywood, esta seria uma história americana sobre as aventuras de texanos que exploram petróleo. Mas com dinheiro europeu, um diretor francês e um produtor tunisiano, a descoberta de petróleo ainda é o catalisador, mas a reação de diferentes líderes árabes a essa descoberta demarca a substância do drama. Embora o período seja o início do século 20, o poder feudal ainda reina, e o emir Nesib (Antonio Banderas) explora petróleo para começar a modernização, enquanto seu rival, o devoto sultão Amar (Mark Strong), exige que se fechem as jazidas, temendo a contaminação social vinda da inevitável chegada de infiéis. No meio deles está Auda (Tahar Rahim, astro de O Profeta), filho de Amar que foi criado por Nesib como parte de um tratado de paz anterior. Mas, dessa vez, o conflito se desenrola.
Assim como faz o fantasma de Lawrence da Arábia, o diretor Jean-Jacques Annaud comanda centenas de figurantes em cenas espetaculares e renovadas de batalhas no deserto feitas sem computação gráfica. Embora não haja um grande objetivo, já que o enredo evita tomar partido.
Na ânsia de refletir uma diversidade de opiniões árabes, o filme vê bondade e maldade em ambos os líderes rivais, uma abordagem narrativa que não combina com um épico, já que assistimos a ela com interesses acadêmicos. Além disso, a ambição de atingir uma autenticidade cultural parece questionável em face do elenco famoso, empurrando a história com protagonistas internacionais nada convincentes – dos quais apenas Strong merece algum crédito. Tais escolhas constituem um filme fascinante em muitos aspectos, mas que não funciona como o entretenimento que pretende ser.
Estreia em 13 de abril.